quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Lygia Pape e a arte indígena.

A poética Lygia Pape nos convida a refletir como a imagem do indío construida no descobrimento da América, consagrada no imaginário universal, esta geralmente associada a preconceitos e contradições que motivam e perpetuam o descanso e o tratamento dado aos povos nativos na atualidade.
Devorar o que é devorado, este é o movimento que nos impulsionou à modernidade. A arte confere no sentido do ato canibal: incorporar, processar, transformar. Na produção plástica de Lygia Pape esse impulso antropofágico se dá através da consciência de uma arte brasileira e dos desdobramentos da nossa cultura. É o desejo de integrar arte e vida que faz de sua vertente crítica a cotundente um instrumento para o exercício "experimental da liberdade".

Carreira de Lygia Pape

Gravadora, escultora e artista multimídia. Nasce em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, em 1929. Estuda com Fayga Ostrower e Ivan Serpa.Participa da I Exposição Nacional de Arte Abstrata Nacional em Petrópolis (1953).Expõe as xilogravuras Tecelares, com o grupo Frente, no Museu de Arte Moderna no Rio, em 1955.Em1956, participa da Exposição de Arte Concreta no MASP e em Zurique. No final de 1956 e começo de 57, participa I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM - SP e no Ministério da Educação e Cultura, no Rio. Em 1959 toma parte da I Exposição Neoconcreta, também realiza o Balé neoconcreto e o Livro da criação. A partir de 1960, inicia uma série de projetos de esculturas em madeira. Passa a trabalhar com cinema, a partir de 1962, fazendo cartazes, roteiro, montagem e direção.Em 1967 participa da exposição Nova Objetividade Brasileira com a Caixa de baratas e a Caixa de formigas.1968 no evento Apocalipopótese mostra seu objeto penetrável Ovo. Em1969 exibe numa favela o Divisor, pano de 30x30 metros com perfurações.Faz, em 1975, primeira individual na Galeria Maison de France, Rio de Janeiro. No ano seguinte, faz a exposição Eat Me na Galeria Arte Global em São Paulo. Ganah olsa de estudos da fundação Guggelheim, NY, permanecendo vários meses nessa cidade. Com a morte de Hélio Oiticica, trabalha na organização de seu acervo. Expõe sua produção neoconcreta na galeria Thomas Cohn, e na mostra Modernidade em Paris. Em 1990 mostra Amazoninos, trabalhos em chapa metálica, recebendo prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Com apoio de olsa institucional da Fundação Vitae, realiza Tteias, cobinando luz e pigmento. Tem oras expostas na Bienal Brasil Século XX. Participa da mostra Tendências Construtivas no Acervo do MAC- USP. Vive e trabalha no Rio, é professora na Faculdade Santa Ursula, com mestrado e doutorado em Estética. Participou das III, IV e V Bienais Internacionais de SP.